Desenvolvedora aposta no artifício de realocação para trazer novidades, mas sem deixar a essência de Star Wars de lado
Por Luiz Queiroga
Anunciado como parte integrante do universo cânone de Star Wars, o
Battlefront desenvolvido pela DICE gera discussões de como será incluído no
universo criado por George Lucas. Se aproveitará apenas dos elementos
considerados oficiais para a construção do game ou servirá como conexão entre
eventos da saga? Em entrevista ao IGN EUA, o próprio gerente geral da DICE,
Patrick Bach admite: “É complicado”.
Patrick Bach, gerente da DICE |
Para Bach, é preciso primeira
analisar o que é considerado como oficial em Star Wars. “O cânone é conectado à
história. Cada batalha que você jogar faz parte do cânone ou apenas esse item é
que está nele?”
Como o novo Star Wars Battlefront não terá um modo campanha tradicional,
é difícil analisar se dentro das missões disponíveis em planetas existentes na
Trilogia Clássica tenham alguma novidade a mais para o fã. Com isso, o surgimento
de um novo personagem é descartado no que se refere ao enredo dos filmes IV, V
e VI, por exemplo.
A DICE procura manter a
originalidade de Star Wars, o que dificulta até mesmo a personalização de um soldado no jogo. "Em algum
momento é preciso ter limites. Acho que é bom que nós tenhamos a mesma atitude
da Lucasfilm. Eles e nós queremos manter tudo o mais realista o possível”,
explica o gerente geral.
Patrick Bach detalha como é
complicado o desenvolvimento do jogo uma vez que ele é considerado cânone. “Existem
muitas questões dignas no campo da propriedade intelectual. O que estamos
fazendo é tentar ter tudo aprovado por George Lucas e seus colegas. Não é um
arranjo simples com o logo de Star Wars colado em cima, mas sim um trabalho de
conjunto.”
Por mais que tudo que esteja
ligado a Trilogia Clássica procure não sair do tradicional, é possível ver por
exemplos a realocação de elementos oficiais em lugares inéditos. No trailer de
SWBF, Endor é exemplo disso: é possível ver um escudo gungan e um bombardeio de
Y-Wings, componentes só vistos em outros cenários. É uma
maneira encontrada pela DICE de respeitar o que já foi criado pela Lucasfilm,
mas também entreter os fãs sem interferir na narrativa global do jogo.
Escudo gungan foi realocado do filme I para as cenas vividas em Endor, de O Retorno do Jedi |
Nova saga
Dentro do limite imposto pela
Trilogia Clássica, a DICE poderá acionar a criação em cima do universo que
estar por vir com as três novas obras de Star Wars, sendo o primeiro conhecido
como O Despertar da Força, dirigido por JJ Abrams. O sistema Jakku, por
exemplo, que estará presente no sétimo filme, será explicado em Battlefront, por meio de DLC gratuita.
Patrick Bach exemplifica como a
DICE se fez também como autora de elementos para o Cânone Oficial de Star Wars.
“Vocês viram a cena em Sullust no trailer -- o que não existe para a Lucasfilm.
Mas sabemos que é onde você constrói todo o arsenal do mal. Então, como se
parece?", comenta o gerente. A DICE desenvolveu o planeta, passou por uma
aprovação pela equipe de George Lucas e pronto: Sullust passou a pertencer ao
universo oficial.
Antes inexistente no Cânone Oficial, Sullust foi criada pela DICE |
Dessa forma, “Battlefront deixa
de ser apenas um jogo para se tornar parte da história de Star Wars
definitivamente”, como ressalta o administrador do site The Holonet, Gabriel Carati.
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